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- Métodos
para localização dos objetos celestes
Qualquer
astrônomo amador, com um pouco de experiência,
consegue reconhecer as principais estrelas pelo seu brilho
e posição que ocupa no céu. Porém
este método empírico funciona muito bem apenas
no caso das estrelas mais brilhantes.
Como localizar, então, os objetos de fraca luminosodade
ou mesmo aqueles invisíveis à vista desarmada?
Para
resolver este problema, e indicar a posição
exata de um objeto no céu, os astrônomos criaram
vários sistemas de coordenadas celestes. Todos estes
sistemas consideram o céu como uma grande esfera,
com suas estrelas vistas do lado interno, sendo que o observador
está localizado no centro da esfera e vê a
esfera celeste aparentemente girar pelo efeito da rotação
da Terra.
Dos
vários métodos de localização
dos objetos celestes, dois deles serão suficientes
para o amador realizar suas pesquisas, interpretar os principais
atlas, posicionar um telescópio e operar um software
de astronomia. Todos estes métodos tem uma grande
semelhança com o sistema de Longitude e Latitude
terrestre e não representam nenhuma grande dificuldade
para o entendimento básico.
Todos
os Conceitos e imagens utilizados aqui estão adaptados
para o hemisfério Sul.
Muitos
ficam inicialmente confusos quando começam a estudar
os Sistemas de Coodenadas, visto que esses exigem um certo
esforço, capacidade de interpretação
espaço-temporal, e requer algum tempo até
que fiquemos familiarizados com os conceitos, porém
toda a prática da astronomia amadora e a correta
utilização de telescópios com montagens
equatoriais dependes destes conhecimentos, portanto vale
a pena o esforço para compreender estes sistemas.
Relembrando,
o sistema de coordenadas terrestres de longitude e latitude
funciona da seguinte maneira:
O equador é o círculo principal, que divide
a Terra em hemisférios Norte e Sul.
Os círculos secundários que partem de um pólo,
cruzam o equador e atinge o outro pólo, são
chamados de meridianos.
O meridiano de referência, passa través de
Greenwich, Inglaterra e cruza o equador determinando o ponto
de origem (0º de longitude).
A longitude de um local é a distância angular
mais curta ao longo do equador a partir do meridiano de
referência até o meridiano que passa por esse
local. Ela é medida em graus,minutos,segundos (00º00'00''),
e pode variar na faixa de 0º a 180º na direção
Leste ou de 0º a 180º na direção
Oeste.
A latitude de um local é a distância angular
a partir do equador até a linha paralela ao equador
que passa por esse local. Ela é medida em graus,minutos,segundos
(00º00'00''), e pode variar na faixa de 0º a 90º
Norte ou de 0º a 90º Sul.
Araçatuba possui as seguintes coordenadas: 21º12'32''
S (Sul) e 50º25'58'' O (Oeste),Veja figura abaixo:
O mais básico dos sistemas de coordenadas. Utiliza
uma referência fixa na Terra, baseado no horizonte
terrestre e no ponto cardeal Norte. A localização
de um objeto celeste é dada pela Altura em
graus à partir do horizonte, podendo variar de 0º
até 90º, e pelo Azimute que é
a distância angular ao longo do horizonte, à
partir da direção Norte, medido no sentido
Leste, sendo que pode variar de 0º até 360º.
Pelo fato de utilizar referências terrestres as coordenadas
dos objetos irão variar a cada momento e serão
válidas para um determinado local e horário.
Este
é o sistema de coordenadas mais usado pelos astrônomos
amadores. Diferente do Sistema Altazimutal, onde o azimute
e a altitude de cada estrela estão constantemente
mudando com o tempo, o Sistema Equatorial tem como referência
primordial um ponto na esfera celeste e não na Terra,
assim obtêm-se cordenadas fixas e válidas para
qualquer ponto na Terra. O ponto de origem é definido
pela interceptação do equador celeste com
a eclíptica (a trajetória anual aparente do
Sol no céu) e é também conhecido por
ponto Gama, ponto Vernal ou primeiro ponto de Áries.
O ponto Gama, embora não seja visível, visto
que não existe qualquer estrela marcando a sua posição,
tem sua localização perfeitamente definida,
no ponto de passagem do Sol na travessia do sul para o norte
sobre o equador celeste, sinalizando o Equinócio
de Outono (dia e noite de igual duração),
o qual ocorre em 21 de março. O meridiano celeste
definido por esta passagem, à semelhança do
meridiano de Greenwich aqui na Terra, é tomado como
meridiano de origem. A posição de um corpo
celeste é especificada por sua declinação:
DEC, e sua ascenção reta: RA.
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DECLINAÇÃO:
A declinação, análoga à
latitude terrestre, é a distância angular,
medida em graus, minutos e segundos de arco, a partir
do equador celeste até o objeto celeste podendo
variar de +90º até -90º. As posições
entre o equador celeste e o polo celeste Norte tem
declinação positiva e aquelas entre
o equador celeste e o polo celeste Sul tem declinação
negativa.
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ASCENÇÃO
RETA:
A ascenção reta é análoga
à longitude terrestre, é a distância
angular medida em horas, minutos e segundos de arco,
ou hms disposta ao longo do equador celeste podendo
variar de 0h0m0s até 23h59m59s, sendo que o ponto
0h0m0s corresponde ao ponto Gama
A figura abaixo ilustra o sistema de cooredenadas. A linha
amarela é a eclíptica ou o caminho aparente
do Sol no Céu e coincide com o plano do Sistema Solar.
A linha verde é o Equador Celeste e é a projeção
do equador da Terra no Céu. Estes dois grandes círculos
estão inclinados com um ângulo de 23º26'5"
entre si, de modo que eles se interceptam somente em dois
pontos: os equinócios (dia e noite de igual duração)
que ocorrem em 21 de Março (Equinócio de Outono)
e em 23 de Setembro (Equinócio da Primavera). O ponto
Gama refere-se ao Equinócio de Outono. No ponto médio
entre os Equinócios ocorrem os Soltícios (ponto
de maior declinação do Sol), que ocorrem em
22 de Dezembro (Soltício de Verão), que marca
o dia mais longo do ano, e em 22 de Junho (Soltício
de de Inverno), que marca o dia mais curto do ano.
Para complementar o entendimento do sistema de coordenadas
e iniciar uma exploração mais profunda do
céu, recomendo o estudo do Atlas
Celeste que está disponível para download.
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